02. STELLE E SOGNI

CAPÍTULO DOIS
estrelas e sonhos

OS SONHOS DE uma criança são sempre estranhos, para os adultos às vezes não fazem sentido porque não os percebem da mesma forma, ao dormir uma criança pequena costuma transformar suas experiências e emoções em sonhos, embora muitos não gostem do método, as histórias são parte fundamental do crescimento de uma criança e Meredith não só gostava de histórias, mas também a ajudavam a compreender o mundo e a vê-lo de uma forma mais bonita do que realmente era.

Foi fácil fazer Meredith ter pesadelos já que ela estava em um lugar novo, longe de tudo que ela conhecia, havia novas pessoas e uma escuridão que parecia assombrá-la até mesmo em seus sonhos, embora quando o sol nasceu ela não conseguisse lembrar o que atormentou-a em primeiro lugar.

As manhãs não costumavam ser tão emocionantes quanto ela lembrava, sua tia Alice sempre entrava no quarto na ponta dos pés quase dançando e dando pequenos saltos no ar até alcançá-la, ela tinha um sorriso lindo que sempre refletia seu prazer em vê-la, mas Jane não foi assim, ela entrou silenciosamente arrastando a fina capa preta a cada passo, não mantinha um sorriso mas sim um rosto completamente desprovido de qualquer emoção. Jane não lhe desejou um "bom dia" de forma enérgica e alegre, foi uma saudação seca que ela sempre fazia antes de mandá-la ir ao banheiro se arrumar.

A loira mais velha não gostava de penteados soltos então Meredith sempre tinha que amarrar o cabelo e nunca deixar uma única mecha ou cabelo exposto. Muitos consideravam que faltava apenas a Meredith aquele look frio, uma capa preta para ser a versão da pequena Jane.

— Demeti vai me levar para a cidade e faremos um chá com Scooby! — exclamou a garotinha animada enquanto Jane escovava seus cabelos sem prestar atenção nela.

— Que emocionante. — a loira respondeu pelas costas, porém, pelo que Meredith poderia acreditar, ela não estava animada, mas a excitação de Meredith foi suficiente para ambas. E sua felicidade não foi afetada pelo fato de Jane ter acabado de apertar o laço em seu cabelo indicando que ela havia terminado.

— Obrigada, Jane! — a menina agradeceu a ela, olhando-se no espelho, embora a guarda só pudesse responder com um olhar silencioso antes de se dirigir para a porta, esperando que ela se levantasse da cadeira, algo que ela nunca havia feito sozinha, já que sempre havia alguém para ajudá-la.

Jane nunca se acostumaria com Meredith Cullen, passariam séculos até que ela aceitasse a garotinha segurando sua mão enquanto caminhava ou mesmo entendendo o que quer que ela estivesse dizendo, porém, a garotinha de cabelos loiros parecia determinada a nunca parar em seu caminho. Ela nunca prestava atenção no que dizia, era fácil deixá-la falar sozinha até cansar e fazer comentários desinteressados ​​como "Oh, ótimo", "Sim, muito bom" tentando demonstrar o mínimo interesse na tentativa de silenciá-la, às vezes a única coisa que ela queria era poder passar a responsabilidade para outra pessoa, mas ela entendia porque os reis a deixaram no comando, mas talvez eles já estivessem ultrapassando seus limites.

Quando ambas viraram no corredor, o resto da guarda de elite estava conversando e permaneceu em silêncio assim que as loiras entraram em seu campo de visão. Jane olhou para todos com total desprezo, enquanto Meredith lhes dava o melhor de seus sorrisos.

— Bom dia! — ela cumprimentou emocionada, olhando para os guardas.

— Bom dia, bambina! — Felix cumprimentou com um vago sorriso olhando para a menina.

— Bambina? Bambi? — ela perguntou curiosa, puxando a mão de Jane, que apenas apertou ainda mais.

— Não, Meredith, bambina significa outra coisa. — explicou Alec que parecia ser muito mais paciente e tolerante com a menina.

E antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, Demetri apareceu a toda velocidade do outro lado do corredor, seu rosto estava sério, sua mandíbula tensa assim como seus ombros, se ao menos ver a menininha esperando por ele o tivesse deixado menos infeliz, mas isso não foi assim, assim que se aproximou do grupo não hesitou em começar a conversar.

— Caius é um pé no saco! Ele quer que eu vá para a Bulgária agora mesmo, parece que um grupo de nômades está causando muitos problemas e atraindo muita atenção. — observou ele entre dentes, isso deveria ser seu dia de folga, o primeiro talvez em uma década.

— Não vejo como isso pode te incomodar tanto. — Felix retrucou ao lado dela sem prestar atenção enquanto observava Meredith aproveitar a força de Jane para balançar nos calcanhares sem soltar a mão da vampira.

Demetri revirou os olhos.

— Meu aborrecimento reside no fato de ser um clã que acompanho há Deus sabe quantas décadas! — disse ele, levantando a voz. — E se eu não os encontrar, Caius vai me mandar para as masmorras para ser dissecado.

— Não vejo como isso é problema nosso. — Jane retrucou desinteressadamente e Demetri a encarou, ela poderia dizer que teve sorte de ter um dom, Demetri era um vampiro com anos de experiência em combate e se ela não tivesse um presente ele já teria acabado com ela. — Se esta é a sua maneira de nos pedir para nos juntarmos a você naquele que foi o fracasso do século, tudo bem.

Demetri balançou a cabeça e apertou a ponta do nariz com força, mas então um pequeno puxão em sua capa chamou sua atenção, Meredith estava olhando para ele do chão com aqueles enormes olhos azuis que o lembravam de um lindo dia na Toscana, então ele se lembrou que ele havia prometido uma festa de chá.

— Demeti. — ela chamou. — Vamos fazer a festa do chá antes do mawchawte? — ela pergunta, mostrando o melhor de seus sorrisos, ela não entendeu que ele estava tendo um dia ruim.

— Não. — ele responde, ainda furioso com a forma como Caius havia falado com ele momentos atrás. — Será mais tarde.

A garotinha abriu a boca para dizer alguma coisa, embora o olhar do vampiro sugerisse que ela não deveria.

— Mas... — ela murmurou. — Você prometeu! — a garotinha exclamou, franzindo as sobrancelhas. Ela parecia chateada com o guarda que agora implorava para ela não insistir mais.

— Eu disse não. — ele retrucou calmamente.

— Mas...

— EU DISSE NÃO, SEI QUE PROMETI MAS AGORA TENHO PROBLEMAS MAIORES DO QUE VOCÊ! — ele exclamou, levantando a voz, conseguindo assustar a menina que agora largava a capa das mãos e recuava, talvez fossem seus olhos marejados que o faziam sentir-se culpado ou o beicinho trêmulo ou talvez o fato de ela olhar para ele do jeito que olhava para Caius.

Jane poderia dizer que ela tinha previsto isso, ela certamente esperava que Meredith conseguisse deixar alguém bravo e pelo bem da menina ela esperava que não fosse ela, no entanto, ela nunca pensou que o relaxado Demetri ousaria gritar com alguém. Embora o guarda parecesse ter adquirido mais um problema que veio na forma de uma garotinha chorando acusando-o das rainhas ou de um dos reis. Meredith havia retornado para o lado de Jane que não parecia simpatizar nem um pouco com a garota e ela realmente esperava que isso servisse de lição para ela de alguma forma e enquanto Demetri estava debatendo entre pedir desculpas para a garotinha que estava soluçando silenciosamente o som de saltos foi ouvido distraído como o resto do grupo, Heidi se aproximou deles movendo-se graciosamente no corredor. Ela não hesitou em tirar Demetri do caminho para ficar na frente da garotinha que queria se esconder do mundo.

— Ciao bella! — ela cumprimentou a menina com um sorriso, Meredith olhou para cima e Heidi gentilmente enxugou uma única lágrima que escorreu por seu rosto. — Você gostaria de vir comigo? Ouvi dizer que eles fizeram seus biscoitos favoritos na cozinha.

Meredith assentiu silenciosamente, Heidi ofereceu sua mão e ela a aceitou, Meredith saiu sem se despedir, deixando os guardas para trás.

[...]

Não tinha sido fácil consolar Meredith, nenhum dos vampiros daquele castelo tinha qualquer sensibilidade ou compaixão pelas emoções da menina, há muito tempo eles deixaram de ser humanos e não conseguiam lembrar como era isso, não sabiam entender e a menininha era muito cansativa.

— O que é isso, Heidi? — pergunta a garotinha curiosa, ela estava sentada na mesa do vampiro enquanto organizava alguns detalhes para a próxima visita.

— Papéis muito, muito chatos. — apontou a mulher com um sorriso, observando migalhas caírem sobre alguns deles. — Você se sente melhor? — a menina encolheu os ombros e assentiu. — Você acha que poderia desenhar algo pequeno no final das páginas? Tenho certeza de que isso definitivamente as faria parecer menos chatas!

Meredith poderia tentar.

Heidi conseguia entender Meredith sem nem mesmo ter a intenção de fazê-lo, ela conseguia entender que ela estava confusa, ela estava sozinha neste castelo onde poucos pareciam estar felizes com sua presença além de saber que ela estava sozinha em um lugar completamente diferente e novo lugar para ela, onde ninguém parecia querer entendê-la do jeito que ela precisava. Observou ela desenhar com caneta preta e pode entender que aquele lugar não era adequado para uma menina e era compreensível que ela se entediasse facilmente.

Então naquela mesma tarde ela entrou na sala onde estavam os reis, os três pares de olhos olhavam para ela esperando pacientemente.

— Meus reis, eu queria saber se é possível levar Meredith à cidade para algumas coisas. — ela questionou, chamando a atenção do rei loiro que estava pronto para recusar. — Ela é uma menina que está em uma idade importante, está sozinha em um lugar onde ninguém parece amá-la, ela não tem família, não tem amigos e se entedia facilmente, não podemos continuar esperando que ela aja como uma adulta quando ela é apenas uma criança.

Aro ergueu ambas as sobrancelhas e olhou para seus irmãos, Marcus assentiu em um vago movimento de cabeça, e para sua surpresa Caius também o fez.

— Vá com ela, a sorte que está nublado lá fora. — retrucou o rei do meio. — Pegue o que você acha que é necessário para a pequena.

Heidi acenou com a cabeça rapidamente e não esperou mais antes de correr na direção da porta onde Meredith estava esperando. Quando as portas se abriram, os reis viram a figura da menina parecendo curiosa antes de estender a mão para eles acenando no ar em forma de saudação que só foi respondida por dois.

A vampira preparou a menina colocando um suéter branco nela antes de sair do castelo com guardas atrás deles, o que havia sido uma condição dos reis para permitir que eles saíssem do castelo, as casas eram feitas de pedra amarelada, pequenas ruas, não, havia tantas cores naquele lugar e ainda assim parecia quase lindo de se ver, embora Meredith preferisse ver uma casa rosa como a de suas bonecas.

— Ok, repita comigo... Trenta dì conta novembre. — a vampira deixou escapar lentamente, embora Meredith parecesse pensar que ela estava realmente cantando.

Tenta di conta noveme. — ela tentou enquanto as duas desciam a encosta, Heidi assentiu com a cabeça.

Conn april, giugno e settembre...

— Con apil giuno e setembe...

— Di ventotto ce n'è uno..

— Di o quê? — ela perguntou confusa, Heidi apenas ri e repete novamente. — Ahm, dizer ventotto ce n'é uno..?

— Perfeito! — Heidi exclamou emocionada. — Tutti gli altri ne han trentuno!

Então Meredith parou e olhou para a mulher com a testa franzida, não havia como ela dizer isso, Heidi apenas riu, balançando a cabeça.

— É uma rima que se ensina às crianças para que saibam quais meses do ano têm 30, 31 e 28 dias... — explicou. — Agora você sabe algo novo!

— E o que tudo isso significa?

— Trinta dias contam novembro, com abril, junho e setembro. Dos vinte e oito há apenas um. Todos os outros têm trinta e um...

— Podemos fazer de novo? — ela perguntou timidamente e Heidi assentiu, repetindo novamente, dessa vez palavra por palavra para que a garotinha pudesse entender, foi assim até chegarem a uma loja no centro.

[...]

Sem dúvida as compras fizeram Meredith se sentir melhor, as duas meninas voltaram da cidade quando o sol começou a se pôr e a escuridão começou a reinar na cidade de Volterra, a menina não parecia animada para voltar mas não queria Heidi chateada então ela voltou para o castelo em silêncio sem protestar, conforme a noite passava ela foi deixada em seu quarto, Heidi a ajudou a arrumar seus brinquedos e instalar seu abajur com base de madeira grossa e o que parecia ser um recipiente transparente que cobria uma rosa cercada por pequenas luzes que lhe fariam companhia à noite quando a escuridão voltasse ao quarto, Heidi havia comprado várias histórias infantis para ela, embora infelizmente fossem todas em italiano, mas as imagens eram lindas em sua opinião e conforto daquele grande cama, virava a página com a mão, olhando os desenhos e inventando uma história para eles.

Então a porta se abriu, Meredith pensou que estava em um de seus pesadelos já que esperava que alguém entrasse, exceto o rei de cabelos loiros e olhos frios. O rei olhou para ela e a menina só conseguiu se refugiar naqueles desenhos à sua frente.

— Você já não deveria estar dormindo? — ele questionou talvez com mais severidade do que pretendia expressar, a menina rapidamente fechou o livro e o deixou em sua mesa de cabeceira agora decorada com aquele abajur.

Ele parecia querer dizer algo para ela, mas as palavras nunca pareciam ser seu forte quando suas ações diziam mais, ele nunca teve que se desculpar e parecia que muito tempo se passou antes que ele o fizesse, o rei lutou contra seu instinto e aproximou-se vendo sua reação, parecia assustada e evitava olhar para ele.

— Acho que você aprendeu uma lição, não é? — o rei perguntou e ela assentiu. — Bom...

Ele estava calmo e Meredith não tinha intenção de deixá-lo ainda mais irritado mas seu corpo não parecia reagir, então ela se atreveu a olhar para ele e notou a caixa de madeira que o rei carregava debaixo do braço, Caius também percebeu quando ele seguiu seu olhar. Era uma caixa retangular não muito grande, e sem dizer nada o rei a colocou na cama ao seu alcance, confusa, suas pequenas mãos foram até a madeira, retirando a velha fechadura para abri-la, então viu muitas cores e pincéis dentro, seus olhinhos se abriram de surpresa.

Suas mãos curiosas aproximaram-se dos pequenos quadrados de tinta e dos brilhantes pincéis de madeira, ela se absteve de perguntar se era para ela quando o rei não a impediu de abrir ou tocar no conteúdo da caixa.

— Acho que vai ajudar a mantê-la ocupada e distraída, mesmo que seja apenas por algumas horas. — ele deixou escapar, então era para ela. — Não quero que você pinte as paredes. — alertou. — Não manche o carpete nem me faça arrepender de tê-lo dado a você.

A menina assentiu com um enorme sorriso.

Pometo! — ela exclamou, levantando-se da cama, chamando sua atenção, mas o que mais surpreendeu o rei foi que Meredith foi em sua direção e abraçou sua perna com força. Esse sentimento era desconhecido, embora talvez houvesse algo que gerasse lembranças nele, aqueles que ele pensava que estava escondendo.

O calor do abraço dela o pegou de surpresa, ele havia esquecido a última vez que alguém o abraçou, então ela se soltou e se virou para a caixa com tintas que mal podia esperar para usar, porém como ela já presumia Caius a parou.

— Nada disso, é hora de dormir. Amanhã você pode usá-los. — ressaltou, fechando a gaveta para pegar e levar para a mesa, e percebeu que Heidi havia comprado um monte de cores e giz de cera e que ela havia reutilizado documentos administrativos antigos e viagens para Meredith usar na pintura.

Quando ele se virou, Meredith já estava na cama e havia se coberto com as cobertas, ele olhou para ela aprovando suas ações antes de seguir em direção à saída.

— Obrigada... — ela murmurou, deixando-o estático ao pé da porta, ele não se preocupou em responder antes de apagar a luz e sair do quarto.

O rei ficou no corredor olhando para o guarda que o olhava com um sorriso divertido.

— Se você disser alguma coisa, Santiago, vou arrancar sua cabeça. — alertou antes de desaparecer no corredor escuro, deixando o guarda divertido com a experiência de ver seu rei completamente desnorteado e sem ter ideia de como reagir à inocência e gentileza de uma garotinha.

[...]

Meredith não conseguia se lembrar do que sonhou muitas vezes, os rostos neles estavam mais claros do que nunca, mas aos poucos e com o passar dos dias eles começaram a desaparecer diante de seus olhos, agora que havia um pouco de luz ela não parecia ter pesadelos também, o que a mantinha com muita energia durante o dia. Caius tinha razão em lhe dar aquelas tintas e pincéis que tratava com muita gentileza o que era estranho para uma criança e ela sempre sabia que estava no jardim pintando com os guardas por perto, vigiando-a nas sombras e embora seus desenhos não eram nada bons, o rei achou bom que ela ainda tivesse um hobby que não o irritasse, haveria tempo para aperfeiçoá-lo.

— E quando você vai colocar as estrelas no teto, piccola? — Aro perguntou curioso ao lado dela, então Meredith sentou-se, ela havia terminado de pintar um lindo céu azul.

— Hmm, quando Feli voltar! — ela exclamou. — Ele é muito grande!

Aro assentiu com um sorriso concordando, então voltou à sua leitura quando Marcus e Caius entraram, notando a garotinha que parecia mais interessada em desenhar um castelo do que neles para notá-los.

— A guarda retornará em breve. — observou Caius. — Para o seu bem, espero que essas quatro pessoas inúteis tenham capturado os responsáveis.

— Irmão. — Marcus avisou, apontando para a garota.

— O quê? Ela nem entende! — o rei exclamou exasperado. — Meredith, você sabe de que pessoas inúteis estou falando?

Meredith olhou para cima e sua pincel manchou seu queixo de marrom.

— De Feli, do bandido Demeti, Alec e Jane. — ela respondeu, conseguindo fazer Aro rir brevemente sem desviar o olhar de seu livro.

— Talvez ela seja um pouco mais esperta do que eu pensava. — Caius retrucou com um meio sorriso, sentando-se em uma cadeira solitária.

— Meredith querida, por que você diz que Demetri é mau? Eu pensei que eram amigos. — Marcus apontou e Meredith encolheu os ombros.

— Demeti gritou. — ela acusou com uma carranca. — E quebrou sua pomesa!

— Oh, ele quebrou uma promessa...

Meredith assentiu ainda chateada com a lembrança, já fazia uma semana que a guarda havia saído e ela se lembrava perfeitamente.

— Eu poderia acusá-lo para mãe dele... — ela ressaltou.

— Querida, Demetri não tem mãe...

— Ele não tem mãe? — ela perguntou com os olhos abertos. A notícia pareceu surpreendê-la, mas se seus tios ou pais a repreendessem, ela poderia acusá-los de seus avós que eles viveram há muito tempo.

— Não...

— Pobrezinho...

O rei de cabelos escuros não se preocupou em esconder o riso quando achou isso tão engraçado, Marcus parecia emocionado por ela e Caius estava no meio de não saber como reagir.

— Oh Meredith, você é realmente especial.

[...]

Quando a guarda chegou ao castelo, os vampiros que ali viviam ficaram tensos ao retornar e não era de admirar, pois eram vampiros difíceis de lidar e na opinião de muitos era melhor se distanciar deles nesse aspecto.

Quando Felix e Demetri se afastaram dos gêmeos após relatarem o sucesso de sua missão, eles deixaram a sala do trono, com a intenção de relaxar agora que estavam em casa.

— Você acha que ela ainda está chateada? — questionou o rastreador enquanto os dois caminhavam pelo corredor.

— Quem? Meredith? — ele perguntou de volta com dúvida em sua voz. — Acho que não, amigo, ela é uma garotinha, duvido muito que ela...

Mas então ela ouviu os pequenos passos apressados ​​pelo corredor em direção a eles, Heidi avançava atrás dela sem perdê-la de vista quando se depararam com os dois guardas, agora que Jane não estava presente para cuidar dela, ela não era mais forçada a usar aquele penteado justo porque Heidi era muito mais delicada e sempre tinha penteados novos para ela, dessa vez era uma trança francesa elegante e um tanto solta, algo que Jane certamente não aprovaria.

Gandote! — a menina exclamou animada ao ver Felix a poucos passos de distância. Ela estendeu os braços pequenos para os lados com entusiasmo e Felix riu alto ao ver que a menina estava feliz em vê-lo.

— Bambina! — ele respondeu da mesma forma, aproximando-se dela.

Heidi e Demetri observaram a interação deles, embora este último parecesse cauteloso com a falta de atenção, Meredith nem pareceu notar. Felix a pegou nos braços, era bom ter o amigo de volta.

— Heidi me comprou um monte de estrelinhas que brilham no escuro! — ela exclamou animada e Felix abriu os olhos surpreso. Elas não pareciam a novidade do ano para ele, mas fingir excitação só de ver Meredith feliz era. vale a pena.

— E o que você fez com eles? — ele perguntou com um meio sorriso.

— Eu estava esperando por você. — ela admite, o que o pegou de surpresa. — Eu só quero colá-los no teto! E você é muito, muito grande!

Felix ri brevemente e acena com a cabeça.

— Ficarei feliz em ajudá-la a colá-los no teto. — ele diz a ela com um leve aceno de cabeça.

— Eu posso te ajudar também se você quiser... — Demetri murmurou ao lado de Felix, chamando sua atenção, então Meredith apagou o sorriso e olhou para ele.

— Não, obrigada, Demeti. — ela retrucou e se virou novamente, ignorando a reação do guarda.

Heidi escondeu o riso cobrindo a boca com a mão, mas vendo a surpresa do guarda ao lado dela, ela balançou a cabeça e observou Felix abaixar a garota no chão.

— Tudo bem, vamos colocar as estrelas. — diz Felix, mas Demetri não parece feliz. — Ei, não me olhe assim, a culpa é sua por quebrar sua promessa, velho.

Va fa' napoli! (Foda-se). — exclamou o guarda, estreitando os olhos para seu melhor amigo.

Va fa' napoli! — repetiu a menina, provavelmente chamando a atenção de todos que estavam por perto.

— DEMETRI!!

Talvez Heidi devesse tê-los avisado que Meredith estava repetindo todas as palavras em italiano ditas no castelo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top